29 de outubro de 2013

I'm back...

Depois de "algum" tempo afastado das lides bloguísticas, estou de volta com o que de mais importante se passou nestes dois anos e meio...



Tudo o resto foram apenas detalhes e pormenores... :)

14 de abril de 2011

AX-Trail Serie#01: Foz do Alge - Ferraria de São João

No passado dia 10 de Abril fui com a malta do costume fazer a primeira prova do circuito Ax-Trail, ali para os lados da Lousã e das Aldeias de Xisto.
Tudo começou (mal...) com um jantar de aniversário na véspera onde comi de tudo o que não devia... resultado, noite mal dormida devido ao estômago cheio e bastante curta pois havia que levantar cedo para chegar à Ferraria de São João. Chegada ao local dentro da hora, levantar dorsais, vestir/calçar equipamento e... apanhar o autocarro para a partida! A impressão que fica da viagem é que nos fartámos de andar e descer... durante a prova confirmei que não foi só impressão!! :)
No local de partida já havia atletas mas foi necessário atrasar a partida para as 10:30 devido a alguns atrasos. Se já não ia começar a uma hora correcta, avançar para as 10:30 foi quase um desastre! Pelo menos para mim...
No briefing antes da partida somos alertados para o facto dos primeiros 20km serem muito técnicos, lentos e duros! Ou seja, a previsão de fazer abaixo das 4h começou a esfumar-se!!
3,2,1... partida! E lá vão 150 almas pelo trilho fora!! Início calmo pelo estradão junto ao rio, com tempo para alongar o pelotão e evitar os engarrafamentos lá mais para a frente.
Cerca de 4km depois é que a coisa começa a sério! Passamos para um trilho muito técnico sempre ao lado da ribeira, e que em grande parte dos casos a vegetação tinha sido limpa pela organização.
Andámos num constante sobe e desce e a ultrapassar obstáculos (rochas, degraus, raízes,...), incluindo 3 ou 4 travessias da ribeira a vau, até aos 20km. Foi mesmo muuuuuito bom!!! Adorei esta parte!!! O pior, veio depois...
Aos 20km, com 02h15 de prova, chego 2º abastecimento no Casal de S. Simão. É altura para descansar um pouco e comer o mais possível mas sem abusar, pois começava a sentir que algo não estava bem... Quando arranco para fazer o percurso que já conhecia (de umas férias do ano passado), vou a passo para não estragar tudo. Quando chego finalmente ao alto da longa subida tenho que parar para descansar pois tenho dores abdominais e o sol incomoda-me imenso. Uns dois/três minutos depois lá sigo a passo lento pois é uma zona muito técnica e perigosa a descer.

Tento seguir a boleia de dois atletas, com quem sigo em amena cavaqueira durante um par de km's pois o percurso é bastante mais fácil nesta fase. Depois de atravessarmos a estrada onde estavam os bombeiros para o que desse e viesse, o percurso volta a "complicar" e fica outra vez muito técnico. Fico sozinho e sigo com bastante dificuldade, penso que em parte devido à falta de uma alimentação adequada. Já estávamos bem dentro da hora de almoço, tinha acordado há muitas horas, e com a curtição que foram os primeiros 20km não comi quando devia.

Quando chego, finalmente, ao último abastecimento (km26) estou nas últimas.... o físico nas lonas e a moral de rastos! Para ajudar à festa, aqui não havia nada salgado "só" marmelada, fruta, barras energéticas e água. Enfio pela goela abaixo o que me parece menos enjoativo, atesto o camelbak e vamos embora senão nunca mais acabo isto!!
A subida que se seguiu, no estado em que eu estava, foi desumana. Não sei muito bem como, lá consegui fazer aquilo tudo quase sem parar até... começar a ouvir o som de uma gaita de foles! "Estou a alucinar" pensei. Mas não, era mesmo real e o som chegava-me entrecortado por via do vento que vinha na nossa direcção, serra abaixo. É absolutamente indescritível o que se sente ao ouvir aquela música, no meio de um empeno daqueles como eu levava.
O efeito que isto teve em mim foi devastador. Deu-me uma força e uma vontade de acabar absolutamente inabalável. Ao mesmo tempo, mexeu-me com as emoções e não foi fácil manter a calma. Um agradecimento especial à organização por este momento! :)
Depois de passar o "homem da gaita", a quem agradeci e bati palmas, seguiu-se o resto da subida e correspondente km final até à meta.
Os últimos 11km foram feitos em quase 2h45(!!) e não corri mais do que 1km neste percurso. Acabei com 04h57m, no 92º lugar em 132 classificados.

Nunca sofri tanto a fazer uma prova. Nem nos 52km da Geira do ano passado nem nas corridas de aventura que já fiz. Resta perceber o que se passou, pois não foi pelo físico que estoirei (no dia seguinte estava bem) nem pela alimentação desadequada. Talvez o descanso e umas noites bem dormidas de umas férias que estão aí já à porta, possam ajudar...
  
Estava a pensar não ir à Geira deste ano, mas o orgulho ferido deixou-me a pensar.......... :)

16 de março de 2011

II Trail de Conímbriga -Terras do Sicó

No dia 27 Fevereiro fui ali para os lados de Condeixa fazer uns trilhos muito, mas mesmo muito giros... Algumas zonas até faziam lembrar a Freita!! :)

Ao todo foram quase 30km com cerca de 900m de acumulado positivo, uma organização excepcional e uns abastecimentos que... SÓ VISTO!!! Basta dizer que não comi nada do que levei no camel back pois, se havia queijo do rabaçal à descrição, por que raio havia eu de comer barras energéticas?!

Je, Germano e Seabra

A prova correu-me bem, fui sempre em ritmo "confortável" e a desfrutar da paisagem que desconhecia. O percurso tinha de tudo um pouco, desde estradões em terra a subidas/descidas muito técnicas e cheias de calhaus, e era durinho como a malta gosta! Ao fim e ao cabo, mais uma bela manhã bem passada a fazer desporto no meio da natureza! 

E já agora, o foto-diploma a comprovar a chegada!

25 de novembro de 2010

Raid Transpeninsular

No sábado passado fui até à "Margem Sul" fazer o Raid Transpeninsular, última prova da Taça de Portugal de Corridas de Aventura, com a equipa Cepa Torta. O objectivo era tentar assegurar um lugar no top-3 do ranking nacional no escalão aventura e, claro, passar um bom momento com a malta!
(Eu+Germano no Barreiro, a fazer (tentar...) tiro com arco)
Ao todo foram 5 etapas para cerca de 150km e 12h de prova, decorrida entre as cidades do Bareiro e Palmela e com o Parque Natural da Serra da Arrábida pelo meio.
Fizémos as etapa 1 (Pedestre+BTT) e 2 (Pedestre) sem grandes problemas durante a manhã e descansei na 3ª etapa para preparar a etapa raínha da prova que seria a decisiva. Esta etapa era muito estratégica pela dispersão dos cp's no mapa e também muito dura fisicamente devido aos desníveis acentuados. 
 (Eu+Seabra na partida para a 4ª etapa)
Com a vontade de sair o mais rápido possível, não confirmei devidamente o mapa e fizémos a etapa ao contrário do que devíamos ter feito. Com isto demorámos mais tempo do que queríamos e acabámos por fazer menos cp's do que estava planeado pois a transição para o BTT já foi feita muito tarde.
Com tudo isto, o score-100 feito já pela noite dentro foi um verdadeiro contra-relógio e acabámos a prova a 1 minuto do fecho da prova...


Contas feitas, acabámos no 6º lugar e, pela pontuação obtida, garantimos o 3º final do ranking!!! Parabéns a nós!!! :))


Para o ano há mais...

19 de outubro de 2010

Ken Block's Gymkhana THREE

Uma vez que os dois vídeos anteriores foram publicados aqui no tasco, este terceiro não será excepção... até porque tem a sua piada!! :)
Realço o momento em que o artista vai no banking do circuito e ao travar, o carro começa logo a descair devido à brutal inclinação da pista!



P.S.: Neste vídeo há uma coisa que me faz espécie... como é que motor não parte se o gajo está sempre no red-line e a cortar rotação quando faz os piões?!

Meia Maratona Sport Zone

Um mês depois da prova de Torres Vedras, regressei ao atletismo e fiz a Meia Maratona Sport Zone na zona rebeirinha do Porto e Gaia!
Como tinha ficado com umas mazelas da prova de aventura e outras entretanto "adquiridas", somando a falta de treino devido ao trabalho, estive quase até à última para decidir se ia ou não. Como a inscrição já estava paga há muito e afinal de contas, também ia malta fixe aqui do burgo, acabei por ir na "desportiva" e encarei a prova como um passeio.

Logo a começar (mal), a partida é atrasada 20m por causa da tv... como estava a ficar calor pensei logo que ia pagar caro este atraso pois já ia chegar por volta do meio-dia. Arrancámos pelo meio do maralhal e os primeiros 2 km são feitos em ritmo lento (+6m/km). No entanto, mal começa a haver espaço, a malta fixe começa a dar à perna e o 3º km baixa para uns assustadores (pelo menos para mim que queria chegar vivo ao fim) 4:36/km!
Algures ali no meio dá para ver a minha cabeça + ombro e braço esquerdos... :)

Aviso logo que aquilo é fruta a mais para a minha carroça e a partir daqui sigo sozinho a uns respeitáveis 04:50/km pela margem esquerda do Douro. Até ao retorno ali para os lados de Canidelo tudo mais ou menos bem. Só o gémeo esquerdo (esse sacana que já não é a primeira vez que me lixa a vida nestas coisas...) é que volta e meia dá sinal, mas nada de alarmante.
Nos entretantos, a ida até à Ponte D. Luís (km12) tem umas ligeiras subidas que estragam a média (chego a fazer alguns km acima dos 05:00/km) e num ápice estou a caminho da Ponte do Freixo. A partir daqui a coisa começa a ficar um pouco mais difícil devido ao calor (o sol estava mesmo de frente e implacável!) e, obviamente, devido ao cansaço. Começo a tentar descortinar o retorno lá à frente e o desgraçado nunca mais aparece!!! Entretanto, começa a passar a malta fixe no outro lado da estrada (alguns mais frescos que outros...), o que me dá um pouco mais de alento pois "o retorno deve estar já ali...". Não estava.
Ainda demorei uns intermináveis 3 ou 4 minutos até lá chegar e, quando finalmente contornei o dito cujo, sou brindado com um ventozinho ligeiro que não é nada de especial mas que chateia cumócaraças quando já vamos feitos num oito!!!
Daqui até ao km16 a coisa foi-se fazendo (por volta dos 05:00/km), mas os dois km seguintes foram um desespero! Quando vi a placa dos 18km não consegui aguentar mais e reduzi drasticamente o ritmo para 05:30/km o que me deixava no limite para o objectivo inicial que era ficar abaixo da 01:50. Como entretanto comecei a fazer contas de cabeça para saber se chegava dentro da 01:50 ou não, quando dei por mim já estava quase no km20 e bem perto do final.
Mais um km de sofrimento e acabo com o tempo oficial de 01:50:28 (1008º lugar) que, na realidade, representa um tempo abaixo da 01:50:00 pois até passar o pórtico da partida perdi cerca de 40s.
Para quem esteve um mês quase sem treinar e na semana anterior à prova até ao fisioterapeuta teve que ir para desempenar as costas, o resultado até não foi mau de todo...
O objectivo de baixar da 01:40 mantém-se!

Como balanço final posso dizer que a francesinha do almoço cumpriu os mínimos mas não era nenhuma especialidade...

Aventura nas Linhas

No dia 11 de Setembro voltei às Corridas de Aventura (outra vez...)!!! 
A prova foi em Torres Vedras, durou um dia e foi durinha que chegue, especialmente por causa do calor. Começámos bem cedinho, depois de uma noite muito mal dormida, e saímos de OAZ ainda de noite em direcção a Torres Vedras. Chegada, secretariado, preparativos, briefing, o costume...
A primeira etapa foi um score 100 urbano no centro da cidade cujo ponto alto (no sentido restrito e lato) era um cp lá bem no alto da torre de menagem do castelo! A vista sobre a cidade era fantástica!!
Na 2ª etapa (BTT) fiquei na assistência e cometi o erro crasso de não me alimentar como deve ser pois quando arranquei para a 3ª etapa (pedestre), por volta do meio-dia, já estava acordado há muitas horas. Resultado, a etapa correu (mesmo) muito bem, a orientação foi quase perfeita e foi sempre a aviar cp's... No entanto, quando cheguei à assistência estoirei completamente após umas míseras 3h de etapa! Tentei comer, alongar e descansar pois tinha a 4ª etapa para fazer (BTT).

Logo no início a coisa começou a correr mal porque o estômago não achou grande piada à massa deglutida à pressa e à bruta e fiquei com uma má disposição do arco da velha. Logo a seguir, a meio de uma subida descumonal (pelo menos parecia...), dei uma valente queda para o lado numa vala, quando estava quase parado! Por último, como esta etapa visitava uma série de fortificações das Linhas de Torres, o percurso tinha uns valentes empenos a subir para ir picar cp's... Se já não me sentia bem, a coisa foi piorando a olhos vistos ao longos das 2h30 da etapa.
Esta etapa fica para a minha história pessoal como um dos maiores esforços psicológicos (e físicos) que já fiz para obter um resultado de m****! Basta dizer que houve alturas em que vi as árvores aos "ss" e que, quando cheguei à assistência, atirei-me para o chão e estive lá uma boa meia-hora a recuperar ora com a cabeça no meio dos joelhos ora na posição lateral de segurança tal era o empeno...

Nos entretantos, os companheiros de equipa já estavam a chegar ao final da prova e havia que ir ter com eles! O resultado final foi um pouco decepcionante pois no final da 3ª etapa estávamos em 2º lugar empatados com o 1º classificado e acabámos por ficar em 5º lugar... :(
No entanto, os pontos amealhados acabaram por colocar a equipa CEPA TORTA em 2º lugar do ranking nacional do escalão aventura a uma prova do final da época!!!

No final de contas, e apesar do falhanço da 4ª etapa, divirti-me à brava na prova e foi um prazer voltar a sofrer com a malta!!! :))

21 de setembro de 2010

Le grand Raid des Pyrénées

Este vídeo está "fabulástico"...  Isto é o que eu chamo um hino aos Trails / Corridas de Montanha!!!
Ainda por cima, foi o nosso portuga Carlos Sá que ganhou a prova deste ano, o que só por si já justificava a referência. Ganhar uma prova desta dimensão não é, definitivamente, para qualquer um. E atendendo à (parca) história que o Trail tem em Portugal, o feito ganha uma dimensão ainda maior. PARABÉNS!

11 de agosto de 2010

II Trail Nocturno da Lagoa de Óbidos

05h19m51s  |  42km  |  99º Lugar

Que prova espectacular... ADOREI!!!
Apesar de não me sentir propriamente na melhor forma, especialmente a nível mental devido ao trabalho, trabalho, trabalho..., diverti-me à brava a "Correr ao Lusco Fusco". Foi, provavelmente, a prova onde me senti melhor e onde fiz a melhor gestão do esforço e da bebida/comida, que é o meu calcanhar de aquiles nestas provas longas.
Prova bem organizada, marcações quase perfeitas, bons abastecimentos, simpatia generalizada, enfim, nota-se bem que é uma prova organizada por quem anda lá no meio do pelotão a sofrer como os outros... :)
As únicas falhas, a meu ver, foram o atraso de quase 20m na partida e o facto de nos abastecimentos líquidos não haver bebidas isotónicas, apenas água. Já agora, para o ano, acrescentem lá um par de kms à coisa, para isto passar a ser uma ultra maratona! :))
Tudo começou no local chamado "Jogo da Bola", bem no meio das muralhas da fantástica cidade de Óbidos, com o secretariado relativamente rápido e eficaz.
Por volta das 19:45, partida simbólica no mesmo local, percorrendo a rua direita no meio  da turistada toda até à porta da muralha, onde efectivamente se deu o tiro de partida.
Nesta altura estava um pouco apreensivo pois ia fazer a prova "sozinho" e não sabia ainda muito bem como me ia aguentar, especialmente a partir dos 30km, já pela noite dentro!
Antes do tiro de partida oficial, último adeus à minha irmã que fez o favor de me fazer companhia, para ter a certeza que eu não adormecia no regresso a casa... Obrigado Mana!! :))

Mal é dado o tiro de partida, começo imediatamente a sentir-me "mais leve", bem disposto e cheio de força!
Os primeiros km fazem-se sem grandes problemas, apesar da subida ingreme por volta do km2, e num ápice, chegamos à lagoa de Óbidos. O sol já está na linha de horizonte e as vistas são absolutamente fantásticas! O percurso de +/-12km que fizémos em redor da lagoa até chegar à praia, foi dos que mais gozo me deu fazer até hoje!
Após o primeiro abastecimento (km8.5), onde só bebi um copo de água, atrelei-me a um grupo de cerca de 10 atletas para aproveitar a boleia da luz dos frontais que alguns deles já levavam ligados. O meu estava no camelbak e não queria nada estar a parar para o retirar, pois ia perder o excelente ritmo a que íamos, bem acima do que pensava fazer nesta altura... já agora, um olá à Susana Almeida e ao Fernando Fonseca do Omundodacorrida.com, com quem fiz esta parte. Fica a promessa que, para o ano, vou tentar ir ao Trail do Sicó! Já está na agenda!!

Cheguei ao 2º abastecimento (km18.5), na praia da Aldeia dos Pescadores, com cerca de 1h50. Como tinha levado umas pastilhas da isostar com que me dou bem, atesto o camelbak e pastilhas lá para dentro para equilibrar os electrólitos porque ainda falta muita corrida e a seguir... vem a praia!!! Já era noite cerrada, estava muita humidade no ar e frio cumóc...!

Apesar de ter sido a parte mais dura e não estar nada à espera de uma tareia de 6km em areia, esta foi a parte mais espectaular do percurso!!! Alguns metros depois do abastecimento, subimos uma duna de 70m(!), em alguns sítios quase de gatas(!!), e depois, foi um autentico carrossel num sobe e desce constante na falésia/dunas no meio de vegetação e arbustos, alguns deles maiores do que nós! Foi mesmo muito bom!! Quando deixámos a praia, foi quase sempre a subir até ao abastecimento sólido (km24.5), mas quase sempre em areia... cheguei aqui com 3h de prova e quando vi a mesa recheada de comida, tive que me controlar para não comer desalmadamente!! Tempo para tirar a areia das sapatilhas (mais uma vez...), mandar um sms à famelga a dizer que estava tudo bem, dar as primeiras dentadas na sandocha de presunto que tinha levado, alongar um pouco e... ala que se faz tarde!

Ao levantar apercebo-me que estive parado tempo demais pois arrefeci imenso e, como estava encharcado do suor e da humidade, quando comecei a correr tremia de frio! A solução foi correr o mais depressa possível, enquanto abanava os braços e mandava uns berros à mistura! Passado 5m a coisa regularizou e encontrei um pequeno grupo de atletas que vinham na direcção errada após um ligeiro erro de percurso, devido a uma falha na marcação. Pouco depois, fico só eu o Miguel Saraiva com quem faço a prova até ao fim, quase sempre, em amena cavaqueira! Até ao último abastecimento (km34), sofri um pouco pois o corpo começava a ressentir-se dos km já percorridos e da hora... o que me valeu, foi mesmo a companhia e a conversa!! Obrigado Miguel!!! :)

Andámos num constante sobe e desce, com algumas descidas perigosas pelo meio e, no último abastecimento, foi só descansar um pouco, atestar o camelbak e alongar, antes que que o corpo arrefecesse. Algum tempo depois, com uma quebrazita de tensão ali pelo meio, começámos a subida para o ponto mais alto do percurso. Quando chegámos lá acima e vimos as muralhas à distância, começámos os dois aos berros pois o final era "já ali"... :)

Seguimos pelo planalto até começarmos a descer em direcção a Óbidos. Ainda tive tempo para fazer uma ligeira entorse numa descida mais técnica (nem sequer parei senão era a morte do artista! Uns metros ao pé coxinho e a coisa lá compôs...). Quando vi a placa dos 40km pensei "fosgasse, ainda faltam mais dois?!?!?". Tive que parar para alongar um pouco os músculos porque estavam a ficar muito rígidos e cãimbras, não vinham nada a calhar nesta altura! Logo a seguir, subida/descida em asfalto que nos levava em direção às muralhas e à meta! A subida final até à porta do castelo é puxadota, mas nesta altura, arranja-se forças não sei muito bem onde e, as cordas ali ao lado tb ajudam!! Chegamos finalmente à pequena porta do castelo, que é a meta mais curiosa e bonita que conheço e que dá um toque pitoresco à coisa!
Chegámos juntos e o Miguel encontra a esposa logo a seguir, acabadinha de receber o prémio do 1º lugar feminino dos 22km! Parabéns Sara!! :)
Apesar de estar "cansadote", cheguei bem e muito contente com a prova que fiz. Aliás, cheguei muito mais bem disposto do que quando parti!!! :))

Dois dedos de conversa enquanto se petisca qualquer coisa do abastecimento final e... toca a andar porque ainda é preciso fazer 200km de carro rumo a casa! Resumindo, o percurso foi lindo, a prova muito bem organizada, deu-me um gozo brutal fazê-la e, para o ano, estou lá outra vez!!!

Haja pernas para isso... :))

2 de agosto de 2010

Trail Nocturno da Lagoa de Óbidos

Sábado, 07 de Agosto, 19:30... 42 km a correr ao lusco fusco...
Estou cá com um feeling que isto vai ser UMA GANDA BOLTA!!! :)

29 de junho de 2010

Corrida da Freita

No domingo foi dia de ir à Freita fazer a corrida de 17km que fazia parte do programa das festas da corrida principal: Ultra Trail da Serra da Freita.
Após a Geira Romana decidi não participar na ultra da Freita pois não me sentia preparado para isso. Em boa hora o fiz... o percurso deste ano foi duríssimo e com o calor que se fazia sentir, a coisa ganhou contornos épicos para os heróis que chegaram ao fim desta aventura. Uma palavra de apreço e orgulho para o Lino e o Gato que fizeram a prova de "atletismo" mais dura jamais realizada Portugal, em 13h e 20m (não é engano... são mesmo 13 horas!!!) e também para o Hugo que foi forçado a desistir por volta do km40 devido a uma entorse.
A coisa foi de tal forma violenta e devastadora que 2/3 dos atletas desistiram e o primeiro classificado demorou mais uma hora e meia do que o inicialmente prognosticado pela organização. Quando estava a almoçar assisti à chegada do vencedor. Ver o Alcino Serras fazer quase 9h para cumprir 70km e chegar visivelmente maltratado, deixou-me quase em estado de choque!!! Como é que aquela malta "do pelotão" vai chegar?! Ainda tinha bem fresco na memória (e nas pernas) o final da corrida dos 17km que mais não era do que o famoso percurso pedestre PR7 - Nas Escarpas da Mizarela. A palavra "escarpas" não é, de todo, descabida! Fazer a descida até à Aldeia da Riberia e de enfiada, subir até à Mizarela, não lembra ao diabo... o problema, é que lembrou ao José Moutinho!!
Aparte este PR7 e o facto de conhecer o percurso da corrida quase de olhos fechados, a minha prova não teve grande história excepto o facto de termos arrancado atrasados (quando dobrei a esquina do parque de campismo já ouvia a contagem decrescente para a partida...) e ter tido que passar um monte de malta até ao primeiro abastecimento.
Como me sentia bem fui forçando o ritmo até chegar à aldeia da Castanheira (onde deveríamos subir para Cabaços) com um tempo aaixo da 1h15, o que era excelente. No entanto, a meio da dita subida, a sinalização manda virar à esquerda e descer até ao rio... indecisão para aqui e para acolá, volta atrás não volta porque o ano passado não foi assim e o percurso não podia ser este mas afinal... era! Quando me apercebi que tínhamos que ir mesmo até lá abaixo comecei a ver a minha vida a andar para trás porque sabia o que tínhamos que subir...
Após algumas escorregadelas que podiam ter acabado (muito) mal, lá chegámos à famosa ponte antes da penosa subida. Com o calor que estava, foi muito, mas muito difícil chegar lá acima. Só pensava nos ultras e como raio é que eles iam conseguir fazer aquilo com 65km nas pernas e muitas horas no lombo. Tive que parar várias vezes a caminhada para recuperar o fôlego pois em apenas 600m de percurso, vencemos cerca de 400m de desnível... não tenho dúvidas nenhumas em afirmar que, para os ultras, foi desumano. Eu demorei cerca de 1h para fazer a descida+subida e só tinha 14km nas pernas...
Do final da subida (no miradouro da Mizarela) até à chegada, faltava apenas 1km que foi feito em ritmo de jogging matinal domingueiro à beira-mar, como aliás se pode ver no meu ar fresquíssimo a acabar a prova... :)
Resultado final: 27º lugar entre 78 classificados, com 2h18m49s.

Agora vou tentar ir ao Trail do Almonda em Torres Novas (30km) para preparar o Trail Nocturno da Lagoa de Óbidos (42km)! Tenho cá pra mim que isto dos trails é um bicho que se mete dentro de nós e não sai mais.... :))

23 de junho de 2010

Fim-de-semana trabalhoso...

Sábado de manhã, canyoning no Rio Lordelo, em Couto de Esteves - Sever do Vouga, com malta da empresa. Percurso curto, nada de muito técnico e alguns (poucos) saltos. Apesar der sido bastante acessível, é sempre um prazer fazer isto:
No domingo, depois de uma noite bem dormida no Furadouro (como já não dormia há umas semanas...), foi dia de "jogging"! Desta vez, deu-me para ir a correr até OAZ, mais precisamente, rumo a um almoço com a famelga em Lações de baixo (conhecida por alguns como "Lancóbriga, aldeia romana, não tem tv cabo nem gás natural mas tem dois portões automáticos!!!" - private joke no seu melhor...).
Foram 22,30 km debaixo de um calorzito simpático que me obrigou a um desvio para comprar mais água pois o 1,5L que levava foi-se à vida antes do previsto... Resultado, deu para ficar com dorzitas nos gémeos (para não variar...) e para abrir o apetite para o cabrito assado que me esperava!!! Nham.. Nham...

26 de maio de 2010

III Ultra Trail Geira Romana - RESCALDO

7h24m39s  |  52km  |  106º lugar

E não é que sobrevivi à Geira Romana e já sou um Ultra-maratonista!?! :)
Eu, o Gaspar, o Germano e o Seabra!! Parabéns a estes ganda malucos que também contribuíram para o meu sucesso, pois fizémos 80% da prova juntos e a puxar uns pelos outros.

Tudo começou no domingo, bem cedo, por volta das 07:00 da manhã, quando apanhámos o autocarro em direcção a Baños (Lobios). Aqui chegados, quase 1:30 depois, tempo para um café rápido, visita da praxe ao wc e toca a aquecer que já se faz tarde. Nesta altura, o calor já se começa a sentir... Ainda estou para saber quem é que previu uma baixa de 10º nas temperaturas em Portugal Continental...
Os "romanos" Moutinho e Ribeiro fazem a saudação da praxe ("Avé César") e... PARTIDA!!!
A primeira impressão que fica logo na partida é a velocidade lenta que toda gente adopta, ao contrário das provas de atletismo "normais" onde desata tudo a correr feito doido! É que aqui, toda a gente sabe que vai sofrer, portanto, poupa-se o corpo logo de início...
Esta é a única foto em que apareço! Vou ali ao fundo, no meio da foto, de calções pretos, t-shirt vermelha e camel bak cinza às costas. Os primeiros km's fazem-se rápido e facilmente chegamos ao primeiro abastecimento, na fronteira com Portugal, e à Portela de Homem.
Logo a seguir, primeiro percalço num trilho mais técnico a descer em que me distraio a olhar para o rio Homem e, quando olho para a frente, já só vejo o chão... resultado: escoriação leve no joelho que um enfermeiro, estrategicamente colocado, se prontificou a desinfectar. Vim mais tarde a saber que naquele sítio já é tradição haver malhos e que pelo menos uma desistência causou este ano. Para mim, nada de mais, exceptuando uma ligeira contractura no gémeo e pé esquerdo que me deu água pela barba mais tarde...
Um pouco mais à frente, passámos por um dos sítios mais interessantes do percurso, na barragem de Vilarinho das Furnas, e quase sem darmos por ela, chegámos ao 3º abastecimento no Museu da Geira, ao km21. Aqui, primeira paragem técnica na ambulânica da Cruz Vermelha onde peço pomada analgésica para o pé que começava a inchar e a doer... De seguida, continuamos em bom ritmo apesar do calor começar a apertar e do percurso ser menos arborizado, o que tornava as coisas mais difíceis.
Ao km27 surge nova assistência, onde volto a pedir pomada aos bombeiros pois o gémeo começava realmente a incomodar e já corria todo torto para compensar. Como me deram uma rápida massagem enquanto comia e enchia o camel bak, a coisa melhorou substancialmente e até ao abastecimento seguinte foi sempre a andar. Chegámos a este abastecimento, aos 31km, com o excelente tempo de 3h de prova.

Estava a correr muito melhor do que pensava mas apesar de ter feito um esforço por beber constantemente, não comi tanto como devia e começava a sentir a falta de energia. Aqui descansei um pouco, comi, troquei de meias e... para frente é que é caminho! Pouco depois, o percurso deixa completamente de ter sombra e, como já passava do meio dia, o calor e a ausência de vento estoiram comigo... penosamente, quase só consigo correr quando desce ou andamos à sombra. Nesta altura, vejo um atleta no chão a ser assistido devido ao calor e abrando ainda mais com receio de ter o mesmo destino e procuro refrescar-me sempre que vejo água a correr. Quando chegamos ao abastecimento seguinte, sinto-me exausto, desidratado e cheio de dores no gémeo e no pé.

Forço-me a comer apesar de ser a última coisa que me apetece fazer e, quando me apresto para arrancar, o estômago resolve reclamar... lembro-me do atleta que vi a ser assistido e resolvo ficar mais alguns minutos à sombra a tentar recuperar. Cheguei a pensar que tinha que desistir pois cheguei a ter tonturas... no entanto, a paparoca começou a surtir efeito e lá fui eu a pé, devagarinho, para não estragar tudo.

Entretanto, com mais uma "bomba" da Isostar, recarrego energias e toca a correr outra vez... Já só queria chegar ao abastecimento seguinte pois, com 41km de prova, "só" ficavam a faltar 11km e nem que tivesse que ir de gatas até Caldelas!!! Nesta altura, senti que o cérebro "desligou" e quase deixei de sentir dores... só me lembrava do Dean Karnazes e da sua técnica "passinhos de bébe até ao objectivo seguinte". Depois deste abastecimento, o espírito estava em alta e até já cantava enquanto corria... isto, até me deparar com uma subida assim para o puxadota antes do último abastecimento aos 46km... pensava eu que era a última, mas não!
O grande teste aconteceu nos últimos 5km onde levámos com a maior inclinação de toda a prova e onde estoirei completamente. Basicamente, acabou-se a gasolina e fiquei literalmente sem forças para correr e já só caminhava devagarinho... quando finalmente cheguei lá acima, seguiu-se uma descida muito pronunciada e perigosa que fiz quase sempre a caminhar com medo de cair e de me magoar a sério. Finda a descida, estava finalmente perto de Caldelas e do final da prova... O último km foi feito quase sempre a correr (era a descer!) e quando desço as escadas de acesso à estrada que me levaria à meta, a uns 150m, sinto um misto de alegria e alívio por ter conseguido chegar ao fim desta duríssima prova.

Pensando bem, acho que na altura só senti alívio pois cheguei à meta completamente estoirado e bastante maltratado. A alegria sinto-a agora pois esta foi a minha primeira ultra maratona, sem nunca ter feito sequer uma maratona, e acho que, modéstia à parte, no meio daquele calor abrasador e das dores no gémeo, acabei por fazer uma prova do caraças pois não consegui treinar o que queria.

De um total de 143 participantes, aqui fica a estatística da prova:
- Desistências: 14
- Classificados: 129

    *Mulheres: 11
    *Homens: 118

Esta foi a primeira mas não será concerteza a minha última ultra maratona... no domingo disse o contrário, mas isso era porque sentia assim uma moideira pelo corpo todo... :))
No entanto, o objectivo de fazer o Ultra Trail da Freita já este ano tem que ficar adiado pois não tenho perninhas para 70km e 4400m de acumulado. Mas para o ano, se tudo correr como o previsto, vou lá ter uma conversinha de 12h com a Freita!!!

Uma nota final relativamente à paisagem e ao percurso. O Gerês é bonito sim senhor, mas a Freita... a Serra da Freita dá-lhe quinze a zero!!! QUINZE A ZERO!!!

18 de maio de 2010

III Ultra Trail Geira Romana

No próximo fim-de-semana, vou para o Gerês!!!
E vou tentar fazer a minha primeira ultra maratona! Só de dizer isto até me arrepio... :)
Trata-se do III Ultra Trail Geira Romana, na distância de 50km e cerca de 2.000m de acumulado. Um belo empeno, está visto... a questão é que quando vemos as fotos e a descrição do percurso na página da prova, torna-se difícil não perdermos a cabeça e, inconscientemente e tresloucadamente, fazemos a inscrição!!!
 
"A VIA NOVA, em especial o traçado entre o lugar de Via Cova, Amares e Baños de Rio Caldo, Lóbios, constitui um monumento excepcional, um património científico, cultural, pedagógico e turístico único.
A possibilidade de percorrer o caminho romano, ao longo de quilómetros, quase sem interrupções, os extensos troços de calçada, a quantidade invulgar de miliários, as ruínas de pontes sobre rios caudalosos, as pedreiras de onde se extraíam os miliários, a visibilidade da via para a envolvente, o contexto paisagístico em que se insere, formam um recurso notável."
Por razões várias, o treino nos últimos meses não tem sido o mais adequado e nem sequer o pretendido... a somar a isto, ando com umas dores nos gémeos assim para o chatas, especialmente quando corro(!), mas prontos, não há de ser nada que 50km não curem... ESPERO EU!!!

Na próxima semana, se sobreviver a isto e me tornar num Ultramarathon Men, conto como correu... :))